NECESSIDADE DE FRIO NO PERÍODO DA DORMÊNCIA EM PESSEGUEIROS

RAFAEL ANZANELLO, CRISTIAN SCALVI LAMPUGNANI

Resumo


O objetivo deste trabalho foi caracterizar as necessidades térmicas, quanto à intensidade e duração de frio, no processo de dormência de gemas de pessegueiro. Estacas de pessegueiros das cultivares Pampeano e Eragil foram coletadas em pomares em Veranópolis, RS, em 02/04/2018, com zero horas de frio (HF ? 7,2°C) a campo. Os ramos foram processados em estacas de nós-isolados (estacas com 7 cm, contendo uma única gema composta), plantados em potes com espuma fenólica umedecida e submetidos, em câmaras climatizadas, a quatro intensidades de frio (3, 6, 9 e 12°C) e nove tempos de frio para a cultivar Pampeano (0 a 432 HF) e 13 tempos de frio para a cultivar Eragil (0 a 624 HF). A cada 48 HF, uma parcela das estacas foi transferida para a temperatura de 25°C para indução e avaliação da brotação e da floração das gemas. A avaliação da brotação e da floração ocorreu a cada 6 dias até o 30° dia. Os dados de brotação e floração foram analisados quanto a brotação e floração máxima, precocidade e uniformidade. As temperaturas de frio de 3 e 6°C foram mais efetivas para a superação da dormência das gemas de pessegueiro das cultivares Pampeano e Eragil, se comparadas as temperaturas de 9 e 12°C. A necessidade de frio para a superação da dormência foi de 192 HF para ‘Pampeano’ e de 432 HF para ‘Eragil’. A precocidade e uniformidade de brotação e de floração das gemas de pessegueiro ‘Pampeano’ e ‘Eragil’ foi maior após suprido o frio na dormência para cada genótipo.


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